Poesia em 10 passos fáceis e práticos.
Já alguma vez tentaram escrever poesia? Já alguma vez olharam para vocês ao espelho e pensaram ter um Fernando Pessoa dentro de vós? Num dia de Primavera apeteceu-vos fazer um soneto sobre as flores do vosso quintal? Já sentiram tudo isto mas simplesmente não têm talento nenhum para a coisa? Sigam o curso prático de poesia em 10 fáceis e práticos passos!
Passo 1
Arranjem caneta e papel. De preferência uma caneta que borre mais além e um papel invulgar que vos dê ares de intelectual/artista mal compreendido e incontrolável, como por exemplo: guardanapos, papel higiênico, folha de mesa da "Tasca do Manel", caixas de fósforos, etc.
Passo 2
Reúnam um sem número de adjetivos. Peguem no dicionário e avancem para além de bonito ou lindo, alto e baixo ou gordo feio e badalhoco. Vocês procuram coisas como: Intrínseco, rocambolesco, cálido, parcimonioso, infecundo, afável, caustico, gélido, inominável, comezinho, inefável... Passem a lista pelos vossos pais. Quanto menos palavras eles compreenderem, melhor está a lista.
Passo 3
Existe um conjunto de palavras essenciais que têm de pôr nos poemas, para serem remotamente considerados poemas. Isto é se queres que no mínimo dos mínimos os teus poemas sejam existencialistas. No mínimo. Sem estas palavras não ganhas o respeito da comunidade poética.
Aqui vão algumas:
Anjo, dor, solidão, noite, vida, esperança, lágrimas, despido, incontrolável, animal, humano, demônio, asas, penas, desespero, amor, paixão, fugaz, sangue, carne, bela, fatal, insuportável, morte, corpo, coração, alma, instinto, negro, eterno, etc, etc, etc.
Com estas palavras saí poema na certa!
Passo 4
Contraste. Antônimos. Paradoxo. Contradição. Antítese. Dicotomia meus amigos!
- Luz/Escuridão
- Água/Fogo
- Humano/Animal
- Amor/Ódio
- Céu/Inferno
- Calor/Frio
- Dor/Prazer
- Doce/Amargo...
Quanto mais paradoxal estiver o vosso poema melhor. Sentimentos contraditórios é que estão na berra.
Coisas como "grito em silêncio", " Voo rastejando" ou " Sorrio de dor" resultam muito bem.
Passo 5
Verbos... muito importantes os verbos a usar. Tudo na linha de sofrer, desesperar, morrer, extasiar ... Tudo nessa linha é bom. Aqui também devem variar e usar verbos que ninguém conhece. Coisas como... regougar ou estuar.
Passo 6
Pegar nestas palavras todas, sempre com o amigo dicionário à mão, e alinhá-las como numa música pimba. Se forem espertos o suficiente conseguem escapar-se sem ninguém reparar que vocês nem sequer sabem o que quer dizer métrica.
A melhor estratégia é a rima. Mas tenham cuidado. Alinhem aquilo como uma música pimba da Ágata. Não do Emanuel. São coisas diferentes.
Ah! E esqueçam as quadras dos Santos Populares que fizeram na quarta classe... Isso não é lá grande poesia que se apresente.
Passo 7
Façam poemas lamechas. Pelos menos os primeiros 50. Falem das vossas mágoas: Daquela gaja que não sabe que vocês existem, daquele rapaz que vos deu com os pés, daquela estrela de cinema que não vos quis dar o seu número de telefone, quando entraram sorrateiramente na casa deles e foram depois presos pela policia por lhe andar a cheirar a roupa interior. É assim uma espécie de estágio da poesia. Primeiro lamechas. Depois logo passam para outros tópicos mais interessantes e difíceis. Até chegaram a um tal estágio, tão lá em cima na carreira de poeta, que vão ter de fazer um poema sobre uma chaleira e um par de auscultadores. Aí quero ver...
Passo 8
Finge que sabes o que são figuras de estilo. Sem querer pode ser que uses alguma. Se soubesses o que é uma metáfora eu dizia-te para usar... mas deixa lá isso.
Passo 9
Nomes. Nomes de pessoas ficam muito bemem poemas. Especialmente nomes incomuns. (Se o vosso amor se chamar Vanessa ou João, esqueçam.) Ah, e fazendo uso da comparação já agora, se souberes alguma coisa de mitologia compara o objecto dos teus poemas aos vários heróis/heroínas das variadas mitologias.
Gregos por exemplo: Prometeu, Hércules, Teseu, Climmnestra, Jasão, Páris, Perseu, Pandora, Atenas, Aquiles...
Têm é de saber quem eles eram. Porque se não ainda saí algo como "És o meu calcanhar de Hércules..."
Passo 10
Mostra ao mundo!!! Para toda a gente ver que belo poeta tu és! Nas paredes, nas mesas, nas cadeiras, nos baldes do lixo, na testa das senhoras da cantina, nos transportes públicos, nos blogs, nas tuas t-shirts, nas casas-de-banho, nos fóruns, tatuado na nádega direita, esquerda se fores canhoto, para durante a época balnear arrasares
Passo 1
Arranjem caneta e papel. De preferência uma caneta que borre mais além e um papel invulgar que vos dê ares de intelectual/artista mal compreendido e incontrolável, como por exemplo: guardanapos, papel higiênico, folha de mesa da "Tasca do Manel", caixas de fósforos, etc.
Passo 2
Reúnam um sem número de adjetivos. Peguem no dicionário e avancem para além de bonito ou lindo, alto e baixo ou gordo feio e badalhoco. Vocês procuram coisas como: Intrínseco, rocambolesco, cálido, parcimonioso, infecundo, afável, caustico, gélido, inominável, comezinho, inefável... Passem a lista pelos vossos pais. Quanto menos palavras eles compreenderem, melhor está a lista.
Passo 3
Existe um conjunto de palavras essenciais que têm de pôr nos poemas, para serem remotamente considerados poemas. Isto é se queres que no mínimo dos mínimos os teus poemas sejam existencialistas. No mínimo. Sem estas palavras não ganhas o respeito da comunidade poética.
Aqui vão algumas:
Anjo, dor, solidão, noite, vida, esperança, lágrimas, despido, incontrolável, animal, humano, demônio, asas, penas, desespero, amor, paixão, fugaz, sangue, carne, bela, fatal, insuportável, morte, corpo, coração, alma, instinto, negro, eterno, etc, etc, etc.
Com estas palavras saí poema na certa!
Passo 4
Contraste. Antônimos. Paradoxo. Contradição. Antítese. Dicotomia meus amigos!
- Luz/Escuridão
- Água/Fogo
- Humano/Animal
- Amor/Ódio
- Céu/Inferno
- Calor/Frio
- Dor/Prazer
- Doce/Amargo...
Quanto mais paradoxal estiver o vosso poema melhor. Sentimentos contraditórios é que estão na berra.
Coisas como "grito em silêncio", " Voo rastejando" ou " Sorrio de dor" resultam muito bem.
Passo 5
Verbos... muito importantes os verbos a usar. Tudo na linha de sofrer, desesperar, morrer, extasiar ... Tudo nessa linha é bom. Aqui também devem variar e usar verbos que ninguém conhece. Coisas como... regougar ou estuar.
Passo 6
Pegar nestas palavras todas, sempre com o amigo dicionário à mão, e alinhá-las como numa música pimba. Se forem espertos o suficiente conseguem escapar-se sem ninguém reparar que vocês nem sequer sabem o que quer dizer métrica.
A melhor estratégia é a rima. Mas tenham cuidado. Alinhem aquilo como uma música pimba da Ágata. Não do Emanuel. São coisas diferentes.
Ah! E esqueçam as quadras dos Santos Populares que fizeram na quarta classe... Isso não é lá grande poesia que se apresente.
Passo 7
Façam poemas lamechas. Pelos menos os primeiros 50. Falem das vossas mágoas: Daquela gaja que não sabe que vocês existem, daquele rapaz que vos deu com os pés, daquela estrela de cinema que não vos quis dar o seu número de telefone, quando entraram sorrateiramente na casa deles e foram depois presos pela policia por lhe andar a cheirar a roupa interior. É assim uma espécie de estágio da poesia. Primeiro lamechas. Depois logo passam para outros tópicos mais interessantes e difíceis. Até chegaram a um tal estágio, tão lá em cima na carreira de poeta, que vão ter de fazer um poema sobre uma chaleira e um par de auscultadores. Aí quero ver...
Passo 8
Finge que sabes o que são figuras de estilo. Sem querer pode ser que uses alguma. Se soubesses o que é uma metáfora eu dizia-te para usar... mas deixa lá isso.
Passo 9
Nomes. Nomes de pessoas ficam muito bem
Gregos por exemplo: Prometeu, Hércules, Teseu, Climmnestra, Jasão, Páris, Perseu, Pandora, Atenas, Aquiles...
Têm é de saber quem eles eram. Porque se não ainda saí algo como "És o meu calcanhar de Hércules..."
Passo 10
Mostra ao mundo!!! Para toda a gente ver que belo poeta tu és! Nas paredes, nas mesas, nas cadeiras, nos baldes do lixo, na testa das senhoras da cantina, nos transportes públicos, nos blogs, nas tuas t-shirts, nas casas-de-banho, nos fóruns, tatuado na nádega direita, esquerda se fores canhoto, para durante a época balnear arrasares
Nenhum comentário:
Postar um comentário